terça-feira, 17 de janeiro de 2012
O fim do socialismo soviético
Após a desestalinização promovida por Nikita Kruschev, a URSS continuou sendo uma ditadura burocratica de partido único, que mesmo realizando grandes façanhas como lançar o primeiro satélite artificial(o Sputnik, em 1957), e colocar o primeiro homem no espaço(Yuri Gagarin, em 1961), acabou não sendo capaz de acompanhar o progresso das grandes nações capitalistas. Nos anos 70, a economia soviética estagnou, com a burocracia do partido único vivendo com privilégios típicos da burguesia, enquanto o resto da sociedade enfrentava filas imensas nas lojas ou buscava no mercado negro, o necessário para uma vida confortavel.
Nos anos 80, após a morte de Brezhnev e de Andropov, Mikhail Gorbatchev chegou ao poder e tentou retomar a política de desestalinização, com objetivo de democratizar a URSS e acabar com a burocratização totalitária do Estado soviético. Mas as reformas que realizou acabaram fracassando, e em agosto de 1991, uma fracassada tentativa de golpe por parte de setores conservadores do partido comunista, acabou provocando o fim do socialismo soviético. As repúblicas declararam independência e em dezembro de 1991, a URSS deixou de existir. Hoje a Rússia é um país capitalista, onde ainda não existe uma autêntica democracia, e a corrupção floresce a passos largos.
"A Revolução Russa foi a primeira grande revolução proletária do mundo. Foi o primeiro acontecimento mundial a mostrar que o capitalismo não é o fim da história, que é possível constituir uma sociedade sem que um grupo humano explore outro, uma sociedade solidária para além de suas fronteiras nacionais. Essa é uma visão de mundo que a Revolução Russa concretizou e, por ter sido tão radical em sua transformação da sociedade capitalista, é natural que polarize opiniões: de um lado, como disse Marx, os que nada tinham a perder e todo um mundo a ganhar; de outro, aqueles que defendiam sua sobrevivência enquanto classe. Inevitável polarização, de idéias e de atitudes.
Para aqueles que se colocam na firme defesa da Revolução Russa, cabe entendê-la, tanto nos seus acertos, que foram imensos, quanto nos seus erros e descaminhos, que foram também imensos e que levaram a que se encerrassem ingloriamente 70 anos de socialismo. (...)
Estar ao lado dos revolucionários russos não quer dizer esquecer os erros que cometeram. É preciso abominar as barbaridades cometidas na época do chamado stalinismo, sem esquecer que a Revolução Russa foi a primeira tentativa de criação de um estado proletário na história da humanidade, e que seu povo pagou alto preço pelo sonho de construir uma sociedade igualitária."
(Marly A. G. Vianna, professora de História da Universidade Federal de São Carlos; em "90 Anos da Revolução Russa")
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário